O QUE É NEURORRADIOLOGIA?

História da Neurorradiologia:

Em 1927, começou com a realização da primeira angiografia em um ser humano, inventada pelo neurocirurgião português Egas Moniz, na qual foi injetado produto radiopaco nas artérias carótidas de pacientes portadores de tumores cerebrais.

A partir desta época houve um desenvolvimento crescente deste método invasivo no diagnóstico por imagem de diversas patologias no homem. O conceito básico era à injeção de material radiopaco nas artérias humanas e a captura das imagens com o auxílio dos raios-X.

A angiografia cerebral atingiu o seu apogeu na década de 60, considerada na época como o método mais eficaz para o diagnóstico das patologias cerebrais. Em 1971 o médico russo Serbinenko introduziu o uso do balão intra-arterial para o tratamento das fistulas carótido-cavernosas traumáticas. Serbinenko considerado o pai da neurorradiologia intervencionista começou sua carreira na Europa do Leste, devido às dificuldades para desenvolver suas pesquisas e a problemas políticos da época (guerra fria), instalou-se na França, onde nasceu e se desenvolveu a especialidade chamada de neurorradiologia intervencionista (Endovascular – tratar por dentro das artérias). Após este período a técnica se desenvolveu rapidamente na França e vários nomes surgiram.

Com o aprimoramento das técnicas de aquisição de imagens e do desenvolvimento de materiais empregados para o tratamento das diversas patologias intracranianas e medulares, a neurorradiologia atingiu seu ápice nos dias de hoje. Atualmente a técnica alcançou um elevado nível tecnológico e diversos estudos multicêntricos têm demonstrado que o método é seguro, eficaz, menos dispendioso, com menor tempo de hospitalização e com menores riscos ao da cirurgia convencional.

A neurointervenção tem desenvolvido tanto que até mesmo procedimentos com a tecnologia neuro-saúde 4.0 tem sido usadas neste contexto. A primeira foi realizada em por um brasileiro Dr. Vitor Mendes Pereira, em novembro/2019, quando realizou a primeira neurointervenção com assistência de robô, a poucos metros, numa sala de comando, mas não à beira leito no aparelho de angiosuite, como se costuma realizar este tipo de procedimento. O procedimento foi realizado no Toronto Western Hospital, no Krembil Brain Institute, na cidade de Toronto, Canadá.

A área de atuação da Neurorradiologia Intervencionista atualmente é bastante ampla e engloba não só patologias intracerebrais e intramedulares como também doenças extracranianas da cabeça e pescoço.

EM QUE SITUAÇÕES PODE SE REALIZAR A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA?

  • Aneurismas Cerebrais;
  • Malformações Arteriovenosas Cerebrais;
  • Malformações Vasculares Medulares;
  • Fístulas Durais Cerebrais;
  • Fístulas Durais Medulares;
  • Acidente Vascular Cerebral Agudo;
  • Tumores Hipervasculares da Cabeça e Pescoço;
  • Doenças Ateroscletóticas Cervicais e Intracranianas;
  • Lesões Tumorais e Osteoporóticas da Coluna Vertebral;
  • Anomalias Vasculares Superficiais Cutâneas da Face e Pescoço;
  • Quimioterapia Intra-arterial para Tumores do Sistema Nervoso Central;
  • Quimioterapia Intra-arterial nas Metástases Cerebrais e nas Metástases na Região da Cabeça e Pescoço;
  • Teste de Wada para Utilizado na cirurgia da Epilepsia;
  • Vasoespasmo Pós-hemorragia subaracnoideo (angioplastia química ou mecânica);
  • Trombólise da Artéria Central da Retina;
  • Trombólise de Lesões Vasculares Traumáticas Cervicais ou Instracranianas;
  • Trombectomia Intracraniana para o Tratamento do AVC;
  • Tratamento do Retinoblastoma na Infância.

Portanto, a Neurorradiologia Intervencionista trabalha com diversas especialidades e a sua utilização pode se estender para a cirurgia da cabeça e pescoço, cirurgia oncológica, otorrinolaringologia, neurocirurgia, cirurgia vascular, oftalmológica, neurologia, ortopedia e oncologia.

Para algumas patologias o tratamento endovascular é praticamente a única opção para o tratamento do paciente e da sua doença. Para outros casos ela é indispensável como procedimento pré-operatório facilitando a intervenção cirúrgica. Ela também vem substituindo métodos atuais, pois apresenta menor risco e menor tempo de internação, o chamado conceito de “cirurgia minimamente invasiva”.

Entre os diversos procedimentos realizados pela equipe de:

  • Angiografia Cerebral:
    Angiografia Medular;

  • Cateterismo do Seio Petroso Inferior:
    Teste de Oclusão;

  • Angiografia para Morte Encefálica:
    Aortografia Abdominal e Torácica;

  • Arteriografia de Membros Superiores e Inferiores:
    Angioplastia de Artérias Supra-aórticas com Stent;

  • Angioplastia de Artérias Intracranianas com Stent:
    Angioplastia de Seios Venosos Intracranianos;

  • Trombectomia Arterial Intracraniana:
    Trombectomia Venosa Intracraniana;

  • Embolização de Malformação Arteriovenosa Cerebral e/ou Medular:
    Embolização de Fístula Arteriovenosa Cerebral e/ou Medular;

  • Embolização de Fístula Arteriovenosa Cerebral e/ou Medular:
    Embolização de Fístula Arteriovenosa Cortical Cerebral;

  • Embolização de Aneurisma Cerebral por Oclusão Sacular:
    Embolização de Fístula Carótido Cavernosa;

  • Angioplastia Intracraniana Para Vasoespasmo cerebral:
    Embolização de Aneurisma Cerebral ou de Fístula Carótido Cavernosa por Oclusão do Vaso (trapping);

  • Embolização de Ramo Meningeo para Hematoma Subdural Crônico e Hematoma Epidural:
    Embolização de Tumor de Cabeça e Pescoço;

  • Embolização de Tumor do Nasofaríngea:
    Embolização de Tumores Intracranianos;

  • Embolização de Shunts Arteriovenosos da Infância:
    Angiografia e Embolização de Lesões Linfangiomatosas da Face.

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