Fazer check-ups sem critérios não é indicado a ninguém, pelos riscos de iatrogenia, quando a busca pela saúde também pode gerar danos, com exames e intervenções ou desnecessárias, ou que podem causar mais prejuízos do que benefícios.
Com o envelhecimento da população é natural que sejam vistas mais doenças neurológicas, mas quando é indicado passar por um check-up cerebral? De acordo com a neurologista Vanessa Rizelio, diretora Clínica do INC e coordenadora do time de AVC, entre quem não apresenta sintomas relacionados ao cérebro, merece atenção quem tem história familiar de doenças neurológicas.
“Aumentam o risco das gerações posteriores casos de: AVC em familiares com menos de 60 anos, de doença de Parkinson e de demências que surgem antes da terceira idade”.
Vanessa Rizelio - Neurologista
Quem apresenta fatores de risco cardiovascular, tais como hipertensão, diabete, colesterol elevado, fumantes e sedentários também devem se atentar, regularmente, para sintomas ou sinais neurológicos, como explica o neurologista Marcos Lange. “Principalmente eventos que remetam a danos lentos e progressivos, relacionados ao equilíbrio e à parte cognitiva”, afirma.
Ao se aproximar dos 60 anos e mesmo sem queixas, segundo o neurologista Renato Anghinah, pode sim ser o momento de iniciar um seguimento neurológico/cognitivo para a terceira idade. “Falhas da memória, perdas de atenção, distúrbios do sono e ansiedade podem ser sinais precoces de algo neurológico, ainda mais se essa pessoa nunca teve doença neurológica diagnosticada”, diz ele, que é orientador do curso de pós-graduação em Neurologia (FMUSP) e porta-voz do aplicativo suíço Altoida, ferramenta que usa biomarcadores digitais em apoio ao diagnóstico de demências premiado recentemente pelo Food and Drug Administration norte-americano (FDA).
FONTE: GAZETA DO POVO